domingo, 7 de fevereiro de 2010

Êxodo: uma jornada marcada pelos princípios de Deus

PARTE II: ÊXODO 19 - 24
Uma reflexão sobre direção

Deus tem todo poder. Ele salvou um bebê hebreu perdido num rio, capacitou um jovem egípcio promissor que se tornou um fugitivo, chamou um peregrino no deserto que conversou com Ele através de uma planta, libertou milhares da escravidão no Egito, fortaleceu multidões ao dar alimento e água em terra árida. Esse é o Deus de todo poder. É o Deus maior que pragas. É o Deus maior que os homens. É o Deus maior que reis e faraós. É o Deus maior que os mares. E esse Deus de todo poder não é somente o Deus que faz, como também o Deus que fala. Depois de mostrar seu poder, o Senhor revela seus princípios. Ele não apenas concede vitória, como também revela sua vontade.

Quando o Todo-Poderoso fala, o mínimo que se pode fazer é escutá-lo. Afinal de contas, se o Deus Todo-Poderoso utiliza seu tempo para falar com seu povo, certamente é algo para se pensar e dar atenção. E Ele o faz para que tudo vá bem. Uma comunidade sem limites, sem orientação, não precisa apenas ser guardada do mal, mas também guiada na vida. E a Sua palavra determina princípios, concede direção, compartilha sabedoria.

1. Ao longo da jornada, precisamos de princípios que valorizem Deus.

Você já parou para pensar no sentido que há naquilo que buscamos? Para que corremos tanto atrás do dinheiro ou da promoção? E o que dizer do PhD almejado? Ou da busca por status e reconhecimento das pessoas? Que sentido pode existir em tudo isso sem Deus?

Ele é quem diz: “Eu sou o Senhor”. Sem Ele, não há razão de caminhar. Sem Ele, não há propósito para se viver. O que temos e conquistamos torna-se vazio e sem sentido. O que sonhamos e projetamos não sacia a alma. Sem sua voz, perdemos o foco. Sem sua orientação, caminhamos sem propósito. Sem o seu guiar, vivemos sem direção.

O mundo hoje está assim: sem a voz de Deus. Ao invés de sua voz, escolhemos a voz do próprio coração. Ao invés da vontade do Pai, cultivamos os desejos da nossa própria vida. O lugar de Deus foi tomado pelo ser humano. Não existem mais princípios, mas meras sugestões. Não há mais ordens, mas apenas opções. Estamos desgovernados. Escutamos nosso próprio coração ao invés de ouvir a voz dos céus. Atendemos nossas próprias ambições ao invés de nos submetermos ao Senhor dos senhores. Será que não é aqui que começa o caos que vivemos?

Para piorar a situação, a complexidade e diversidade de vozes que existem atualmente apenas tornam o desafio ainda maior. São as vozes distorcidas nos valores, incoerentes no lar, relativizadas nas amizades, sedutoras na mídia, atraentes na internet, injustas na sociedade, gananciosas nas corporações, egoístas na vida. E o pior é que continuamos a ouví-las e atendê-las.

E se não bastasse, um agravante a mais: ocupamos nosso tempo com barulho. O silêncio não tem mais lugar na realidade atual. Ao entrar no carro, ligamos o rádio. Ao chegarmos em casa, a televisão tem sua vez. No quarto, o computador. Sempre temos algo a fazer, sempre temos algo para quebrar o silêncio. Não podemos perder tempo. Não podemos ficar parados. Não escutamos Deus porque não escutamos o anseio que há no mais íntimo do nosso coração. Será que é tão difícil assim perceber a necessidade que temos d’Ele?

Necessitamos silenciar a alma. Precisamos abaixar o volume da vida. Devemos minimizar os ruídos do mundo. O que há dentro de você? Com tantas vozes que relativizam, será que não passamos da hora de olhar para o Deus Absoluto?

2. Ao longo da jornada, precisamos de princípios que valorizem pessoas.

A marca urbana contemporânea envolve não apenas um vazio existencial de propósito e significado, como também de amor e inclusão. Pessoas deixaram de ser pessoas para se tornarem utilitários. São meios para se conseguir o que se quer. Um jeito de ter mais um contato, conseguir uma promoção, sentir-se melhor, ser mais feliz. E se as pessoas comprometem nossas buscas, partimos para outros relacionamentos.

Assim, se alguém falha, descartamos. Se alguém fracassa, ignoramos. Se alguém decepciona, rompemos. Desejamos o prazer, mas não o amor. Buscamos a satisfação, mas não a doação. Ansiamos pela aceitação, mas oferecemos a rejeição. Vivemos a tentativa de colher o bem, mas semeamos o mal. A incoerência relacional persiste.

Um namoro existe enquanto existe prazer. A crise num casamento significa divórcio à vista. A amizade persiste enquanto se tem interesses em jogo. A família tornou-se projeto numa agenda ao invés de investimento de vida. Compramos presentes para conquistarmos um filho, mas não dedicamos tempo para estarmos com ele. Enchemos a casa de bens ao invés de enchê-la de amor. O lar passou de local de refúgio para lugar de distância.

O cenário final? Superficialidade. Máscaras. Falsidade. Descartabilidade. Insegurança. Incerteza. Medo. Isolamento. Solidão. É possível estarmos no shopping entre multidões e nos sentirmos vazios e solitários. É possível estarmos em casa com toda família, mas com cada um na sua, sem saber o que se passa no coração do outro. Ou ainda no trabalho e não saber nada além do nome da pessoa com quem trabalhamos.

Deus mostra a importância de princípios que envolvem pessoas. Considerá-las, amá-las e abençoá-las envolve aceitação, inclusão, doação, esforço e dedicação. E o benefício será de todos. Com tantas vozes que individualizam, será que insistiremos em não valorizar pessoas? Que tal amá-las?

Os princípios de Deus envolvem amá-lo. Os princípios de Deus envolvem amar pessoas. Que tal simplificarmos a vida? Que tal escutarmos a voz que mais importa e que saciará todos os reais desejos do nosso coração?

Nenhum comentário: